O único jogo de azar em que eu vejo alguma lógica é a Loteria Esportiva.
Muita gente nem sabe que ela ainda existe, pois foi defenestrada em 1982, após uma série de falcatruas escancaradas por meio da Revista Placar.
Sua única concorrente era a Loteria Federal, aquela dos números.
Estou falando apenas em jogos lícitos, diga-se.
Não entro na seara da fauna lotérica.
Acompanhar os então 13 jogos de futebol (pelo rádio), saber o que estava rolando do Oiapoque ao Chuí - e também em partidas internacionais -, era uma verdadeira coqueluche, um sonho em tornar-se milionário da noite para o dia.
A "Zebrinha" do Fantástico era uma espécie de instituição de bom agouro.
Naqueles campeonatos brasileiros turbinados, com quase 100 times, medida providencial para agradar a política da nefasta ditadura militar, o empate do Flamengo com o Sampaio Correa derrubava milhões de apostas...
Vale lembrar que um almirante, no caso Heleno Nunes, era o presidente da antiga CBD (hoje CBF).
Era algo tão surreal como um general comandando o Ministério da Saúde...
Sei que há apostas também no mundo automobilístico, incluindo a F1.
Nunca apostei.
Mas, usando do termo, faço minha aposta "gratuita" em um piloto para levantar o caneco do ímpar campeonato de F1 que teremos em 2020: Max Verstappen.
Digo "ímpar" pois apenas oito etapas estão confirmadas até agora, a começar pela de abertura no dia 5 de julho, o GP da Áustria.
A segunda também será na Áustria, na mesma pista, com o pomposo nome de GP da Estíria, região onde fica o circuito que pertence à Red Bull.
Território fértil para Max Verstappen acumular 50 pontos.
A Red Bull, impulsionada por motor Honda, foi o carro de melhor evolução na temporada de 2019 e mostrou muita consistência na pré-temporada deste ano, no longínquo mês de fevereiro.
O terceiro GP da temporada é outro que favorece o carro do time dos energéticos, na Hungria.
Se Max Verstappen tirar bom proveito destas três corridas iniciais, pode chegar a 75 pontos, olhando pelos espelhos retrovisores a divisão de pontos entre Mercedes e Ferrari.
Se os efeitos que o circo armado pela F1 nos países não forem nefastos, com aumentos de contágio do novo coronavírus (e consequentes mortes), é possível que outros circutos da Europa entrem no calendário. Dois, praticamente certos: Portugal (Algarve) e Alemanha (Hockenheim).
A pista lusitana, mais para travada do que para lépida, é outra em que Max pode subir ao pódio (acho que não vai ter pódio) e jogar o bacalhau para a torcida (que também acho que não haverá). Isso, em outubro.
No meio do caminho, em pistas favoráveis à Mercedes e Ferrari, Verstappen terá de usar a cabeça para pontuar o mais que puder.
Tenho dúvidas gigantescas quanto à F1 se encaminhar para o mundo oriental, ainda que Abu Dhabi seja quase uma obrigação para o encerramento da temporada, pela grana que despeja nos cofres do Liberty Media.
Quanto ao continente americano, entendam-se GPs dos Estados Unidos, México e Brasil (o Canadá já caiu fora), as chances são reduzidíssimas de corridas.
"Coincidentemente", os três países, por meio de seus respectivos governantes "maiores", deram de ombros para a pandemia e hoje pagam (o povo, na verdade) o preço alto da irresponsabilidade.
Assim, sem considerar uma "zebra", cravo minha "aposta" para que Max Verstappen seja o campeão da temporada e, ainda, torne-se o mais jovem dos campeões da F1, recorde que hoje está nas mãos de Sebastian Vettel.
Zebra, zebra mesmo, será se alguém fora da tríade Red Bull, Mercedes e Ferrari levantar o caneco de 2020.
ABAIXO, A FAMOSA ZEBRINHA DO FANTÁSTICO, INTERAGINDO COM LÉO BATISTA
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