Se você não vai muito com a fuça do Max Verstappen, tenho uma péssima notícia: salvo algum fato absolutamente fora do normal, ele vai conquistar seu terceiro título na Fórmula 1.
E o que seria um fato absolutamente fora do normal?
Algo como aconteceu com Michael Schumacher em 1999, ano em que o alemão poderia ter levantado seu primeiro caneco pela Ferrari. Mas ele fraturou a perna direita no começo do GP da Grã-Bretanha, em Silverstone, batendo em um muro mequetrefe com meia dúzia de pneus servindo de proteção.
Perdeu aquela e outras seis corridas. E, veja, seu medianíssimo companheiro de equipe, o irlandês Eddie Irvine, terminou o campeonato como vice-campeão, apenas dois pontos atrás de Mika Hakkinen. Dá para concluir que Michael teria feito coisa bem melhor...
Então, se não tiver nenhum contratempo, pelo que mostrou no Bahrein, naquilo que chamam de pré-temporada, irrisórios três dias, Max Verstappen é favorito com sobras.
As duas equipes com pedigree para tentar fazer frente à Red Bull, Ferrari e Mercedes, não provocaram suspiros nestes enxutos testes.
O time italiano, de chefe novo, não parece ter evoluído tanto, e ainda conta com uma dupla de pilotos muito mais badalada do que efetivamente boa.
A Mercedes, que errou feio a mão no carro do ano passado, ainda que tenha melhorado ao longo da temporada, parece não ter se convencido de que deveria copiar um pouquinho o carro da Red Bull...
A teimosia pode cobrar caro mais uma vez...
De qualquer forma, encerrou os testes com Hamilton em segundo lugar, mas o heptacampeão precisou do composto mais macio para alcançar este feito. Pode ser enganoso.
No final das contas, Pérez, que encerrou os trabalhos com a Red Bull, anotou a melhor marca, com 1min30s305.
Por outro lado, a Aston Martin, que também usa motor Mercedes, precisava mesmo dar uma guinada para tentar fazer uma temporada melhor.
Eu suspeitava que Alonso ter trocado a Alpine pela Aston Martin deveria ter algum motivo bom.
O espanhol, que não é bobo, se assegurou bem do projeto do carro e tem tudo para beliscar pódios ao longo do ano.
Dificilmente vai andar perto de Vertappen o tempo todo, mas pode superar Sergio Pérez, motorista nota 6,0.
Aliás, falando em Aston Martin, tudo se encaminha para que Drugovich alinhe no grid do GP do Bahrein no próximo dia 5 de março, substituindo o lesionado Lance Stroll.
A equipe não dá detalhes, não emitiu nenhum comunicado oficial, e tudo que se fala é mera especulação, mas as chances do canadense parecem ser remotas.
O brasileiro fez tudo direitinho nas duas manhãs em que guiou o carro verde.
O outro reserva do time, o belga Stoffel Vandoorne, está na África do Sul, na Cidade do Cabo, para disputar uma etapa da Fórmula E.
Em tese, Drugovich ganhou esta disputa, mas eu não "cravo" sua estreia na Fórmula 1 até o início dos treinos no próximo final de semana.
É que Vandoorne disputou 41 GPs na categoria, com duas temporadas completas pela McLaren, em 2017 e 2018.
Daí, com uma bagagem bem mais robusta, eu não me surpreenderia se ele "atropelar" o brasileiro para fazer par com Alonso na abertura do Mundial.
O "fiel da balança" que pode pender para o brasileiro, é o fato dele ter carimbado sua vaga como reserva da Aston Martin com os dois patrocinadores que levou: XP e Porto Seguro.
Porém, e sempre existe um porém, um velho conhecido pode estar "correndo por fora": Sebastian Vettel.
A confiável BBC divulgou nota aventando esta hipótese, cravando que a Aston Martin conversou com o tetracampeão assim que Stroll se contundiu.
Vettel certamente disse não. Está em outra, já deu uma banana para a Fórmula 1 bem antes de anunciar sua aposentadoria.
E, depois de 117 voltas com o carro, seria quase insano que o time colocasse outro piloto que não ele no GP do Bahrein.
Não levem em consideração a liderança do chinês Zhou Guanyu no segundo dia de testes e nem o terceiro lugar de Bottas na última sessão.
A Alfa Romeo, que na real é a medíocre Sauber - e que futuramente será Audi-, andou com o pneu mais macio e certamente só com um "cheirinho de gasolina" no tanque. Desconsiderem esse desempenho fora da curva.
Claro, é só um palpite, mas a tomar por base os olhares trocados por Verstappen e sua turma da Red Bull, tudo indica que eles melhoraram um carro que já era bom demais. Até Pérez "assombrou" fazendo o melhor tempo nos minutos derradeiros da última sessão.
Quem, como eu, gosta muito de Fórmula 1, não deve se aborrecer.
Teremos ótimas corridas e veremos Verstappen bater o recorde de vitórias de Senna bem antes da metade da interminável temporada.
ATUALIZAÇÃO...
A Aston Martin informou no domingo (26/02) que Felipe Drugovich será o substituto de Lance Stroll no GP do Bahrein se este não puder competir.
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